sexta-feira, 1 de abril de 2011

Às portas do Islã


 Até o último dia do mês passado foi possível viajar por treze séculos de civilização islâmica sem sair do CCBB de São Paulo – foram distribuídos mais de trezentos objetos e obras de arte  pelos três pisos do prédio,  alem do térreo e do subsolo, a maioria oriunda de museus da Síria e do Irã.  Tapeçaria, ourivesaria, cerâmica, iluminura, mobiliário, vestuário (eu queria tanto tocar naquele vestido de brocado...), e a caligrafia esmerada que é considerada uma atividade nobre e sagrada.  Lindas tábuas de escrever,  com letras do alfabeto árabe. Consta que os meninos usavam tintas orgânicas para fazer o texto, depois lavavam a escrita e bebiam a água que escorria das tabuinhas... Olha que delícia: bebida de palavras.
Subindo pelas paredes, os textos da curadoria explicavam porque o Islã sempre valorizou o conhecimento e a erudição... Entre outras coisas: reza a tradição que naquele ano de 610, quando o Arcanjo Gabriel apareceu ao profeta  Muhammad numa caverna do Monte Hira disse-lhe, enfático: “Lê”.
Um alumbramento.

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