Ela estava em pé, na porta da igreja evangélica, com uma vassoura de palha na mão e uma criança de olhos grandes ao seu lado. No primeiro momento achei seu rosto familiar sem lembrança do nome, mas foi só olhar na tristeza de seus olhos para a cena do velório do marido dela emergir do meu subconsciente. Faz dois meses amanhã, me disse. Vinte e sete anos de casamento. Parei para abraçá-la; é uma mulher que vejo pouco, nossas conversas são superficiais; foi um primeiro encontro na intimidade de rua deserta e alma aberta. Não reclamou da economia doméstica – tem uma família numerosa – nem de como está lidando com o trabalho da piaçava na roça, nem de nada.
Só falou da saudade que sente dele.
Só falou da saudade que sente dele.
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