quinta-feira, 28 de abril de 2011

cartinha para uma amiga

(Querida M.)  Voltei pra Santo André há poucos dias e mal pus o nariz  do lado de fora da casa.  Depois da agitação física e mental de São Paulo, é reconfortante ficar quieta, tal  qual pedra  perdida no deserto. E tantas são as tarefas que teria que fazer, mas nada que se compare àquelas obrigações do nosso tempo de trabalho no Banco Central.  Nada tão complicado e enfadonho como ler e analisar calhamaços de 500 páginas em inglês, nem ter responsabilidade em operações de milhões de dólares ou entender operações engenhosas do sistema financeiro internacional... Não... Agora o cardápio do cotidiano é bem mais simples. Arrumar gavetas, organizar discos, limpar estantes de livros, fazer poda no jardim, alimentar um blog com as impressões desta pobre vivente num povoado à beira-mar.... Tem uma pilha de papéis na minha bancada que pedem pequenas providências burocráticas, mas minha resistência a lidar com este tipo de situação... só aumenta... A Bahia, definitivamente, não combina com papelada. (Prefiro sair para ver os barcos novos da enseada: o catarmarã da foto de cima,  eu ainda não conhecia, é de um belga que foi morar em Paraty e voltou pra cá, recentemente) .
De maneira que parei tudo (na verdade, nem comecei) e vim atualizar minha correspondência. Você devia vir pra cá por agora: o tempo está numa deliciosa instabilidade – um dia chove, outro dia bate sol, mas o que quero lhe dizer é que a coisa aqui tá verde... Com água e sol abundantes as plantas estão dando  espetáculo diário –   nas cores, na luz e na ação do vento.  Na manhã de ontem saí para um passeio longo,
de bicicleta. Até a altura da Pousada Gaili, o sol estava a pino;  eu pretendia visitar a Ana Tereza, mas não consegui chegar perto da casa dela: começou a chover na primeira curva. Voltei pra casa com os rain drops keep falling in my head tocando na memória, mas feliz da vida: que luxo é andar de bicicleta em ruas vazias de carros, de semáforos,  de flanelinhas, de buzinas... É bom ficar longe do povoado por uns tempos porque a gente volta em clima de lua-de-mel com o lugar. (legenda da foto: esta draga está fundeada há dias no João de Tiba, creio que precisa de reparos).
Ontem à tarde fomos para a aula de canto que a Tininha, uma musicóloga amiga de Cláudia e de Léa, está dando de presente para as moradoras. Minhas colegas são,da esquerda para a direita: Marilza (só dá pra ver o pézinho dela...), a  Helenita, Gilma, D'Ajuda, (a cadeira vazia era a minha), Luciana, Vera, Noélia, Ana, Grace, Lola e Cláudia. Depois chegaram a Regina, a Vivien e a Patrícia. Uma delícia! Hoje tem mais, às 4 horas da tarde, lá no IASA.

2 comentários:

Maria disse...

Oi Olimpia... adorei essa cartinha convite... e parece que era pra mim... (risos). Estou indo para São Paulo em maio passar mais uns dias com a neta e de lá parto para Santo André sem passagem de volta. Bjo grande e até breve

olimpia disse...

O melhor do seu recado é "parto para Santo André sem passagem de volta..."
Liberdade, que coisa boa.
bjs, até mês que vem!