sábado, 17 de outubro de 2009

Um passeio pelo povoado de Santo André da Bahia

Nada melhor do que caminhar por Santo André em tardes luminosas, quietas e amplas nos pequenos encontros. Ver a folhagem nova de uma árvore grandiosa -- como se o tecido do céu fosse feito de renda parar para conversar de leve com a Zélia, a dona de uma das raras lojinhas de roupas da povoação -- ela fez uma decoração nova, de chitão coloridérrimo. Zélia estava colocando as saias novas nos cabides -- mostrou a coleção -- e eu pensando nela sentada sob a pequena árvore dos pescadores que fica perto da foz. É ali que pesca, nas horas vagas (tem um barco daqui com este nome, horas vagas!); Zélia é lojista e pescadora, Santo André é cheia de gente dublê
passo pelo banco do Estacionamento da Marina invariavelmente ocupado por ela mesma e seus amigos, talvez seus parentes; fazem parte de minha caminhada, da paisagem humana, quando voltou, perguntaram

e ainda vi o Saraiva, uma pessoa com estilo,
uma figura

Por onde passo, vejo claramente a modesta roda da fortuna local se movimentar; empurram-na os que fabricam e vendem artefatos de fibra natural (gerando empregos fixos e legalizados) , os que trabalham na construção civil, nas reformas dos imóveis (a loja de construção e seus empregados também), os que vendem produtos têxteis (Patrícia Farina agora administra a loja do Costa Brasilis), tem a loja do Araticum (Lucimar), os artesãos que promovem a feirinha das sextas-feiras para venda dos artigos aos turistas, a oferta de serviços e lazer (restaurantes e afins, tranlados de vans, passeios marítimos)... bem, a lista é longa.
Espero que possamos ter um verão extendido, que as pessoas passem um bom período conosco e que procurem entender qual é o verdadeiro tesouro de Santo André.
Quem é frequentador daqui conhece a lenda do tesouro misterioso.
O tesouro de Santo André não está escondido, pelo contrário, salta aos olhos.
Pensei nisto ontem na hora do crepúsculo -- a hora do rush -- olhando os garotos de minha rua fazendo peguinhas de bicicletas. No meio da rua. Nenhum carro, moto ou ônibus à vista. Mais à noite, notei outro grupinho de meninos na praia do Gaivota. Brincavam na beira do rio, livres e lindos na escuridão da enseada escutando, como nós, o som dos tambores da capoeira.
Tomara que o verão venha cheio de música boa, de gente de todas as idades, de respeito ao próximo e à natureza.
E de (viva)cidade.






2 comentários:

Giseli disse...

A lojinha da élia eh incrivel, tem um pouquinho de tudo!!

olimpia disse...

É verdade, Giseli. A loja é uma gracinha... e a dona é gente boa.
abs,
olimpia