domingo, 25 de abril de 2010

discurso de um anarquista

Neste ano de eleições, o número de emails com mensagem política tem aumentado. Para fugir do padrão, li com calma uma mensagem de um amigo de Brasília, anarquista por convicção:
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"Reafirmo minha posição de anarquista: todo governo é imoral e, portanto, escolher entre este ou aquele candidato é escolher entre esta ou aquela imoralidade. Portanto, recuso-me a escolher.
Algum dos candidatos é contra a tributação? Eu sou. Então, nenhum dos candidatos me representa. A tributação, para mim, é roubo. É o estado, sem meu consentimento, apropriar-se do meu trabalho. Não admito isso. Os eleitores, obviamente, admitem. Então que continuem admitindo, achando ótimo que o estado se aproprie de parte do que eles produzem com o trabalho. Eu não, e quem achar que estou errado se manifeste, que tenho resposta.
Algum dos candidatos é contra as fronteiras nacionais? Eu sou. Acho que esse negócio de divisão em países é um contrassenso. Fronteira não existe. É invenção de burocratas. Todo mundo tem o direito de deslocar-se para onde quiser sem ter que atender a exigências territoriais.
E quanto ao voto obrigatório? O governo, ou o estado, exige que você se manifeste. E se você não tiver opinião? Azar o seu, terá que manifestar-se. Se eu não sei se é melhor Dilma, ou Serra, ou Marina, azar o meu: sou chamado a definir-me na urna (quem disse que tenho a obrigação de definir-me? Por que não posso ter o direito de ser uma pessoa atormentada pela dúvida?) . A incerteza é pecado. Todo mundo é obrigado a ter opinião definida."
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A foto, do fotógrafo francês Gautherot que acompanhou a construção de Brasília, mostra os operários (os "candangos") trabalhando no prédio do Senado Federal.

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