quarta-feira, 17 de junho de 2009

Destino marcado



O filme Match Point de Woody Allen abre com essas palavras:
“O homem que disse: ‘prefiro ter sorte a ser bom’ entendeu profundamente o sentido da vida. As pessoas temem ver como grande parte da vida é dependente da sorte. É assustador pensar que boa parte dela foge do nosso controle. Há momentos no jogo, em que a bola bate no topo da rede e, por um segundo, ela pode ir para o outro lado, ou voltar. Com um pouco de sorte, ela cai do outro lado. E você ganha. Ou talvez não caia. E você perde”.
As primeiras imagens mostram um jogo de tênis e, em câmera lenta, os momentos em que a bola oscila em cima da rede: é uma das metáforas do filme sobre o destino, o fado de cada um. Quando acontece uma tragédia com aviões, como foi o caso agora do vôo 477, é assustador de tirar o fôlego saber das pessoas que embarcaram na última hora ou que não embarcaram e tiveram suas vidas poupadas. Ontem, minha filha me contou que viu num jornal romano, a sina de uma senhora italiana que não conseguiu chegar a tempo no aeroporto de São Paulo e perdeu o desditoso vôo da Air France. A infeliz acabou morrendo apenas uma semana depois em acidente de carro.

2 comentários:

Camila disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
piero eyben disse...

un coup de dés jamais n'abolira le hasard
st. mallarmé

ou ainda antiestrofando-o:

um dado é dado,
mesmo com
scarlett - deixa-se
o escárnio ou a
cicatriz -
na partida!

raskólnikov, às
vezes, pode
ter razão.