A gente sabe que o verão terminou quando sai na rua à noite e não passa nem um gato na Avenida. Depois de toda aquela efervescência do verão, das praias cheias de turistas corados, dos amigos e conhecidos que chegam em penca a partir de dezembro, das festas criativas nos bares e restaurantes, dos aniversários bem comemorados (adorei o do Hans e o da Muriel) das aulas de hidroginástica da Marília na água marinha, dos espetáculos promovidos pelo Centro Cultural e pelo IASA, dos esportes de vento, dos veleiros chegando e partindo e um certo frenesi no ar como no Festival de Verão, depois disto tudo, acontece que a falta de animação na Vila traz sempre um toque de solidão. Onde foram parar todos?
É o pós-verão.
Pra completar o quadro, as chuvas da estação começaram.
Agora entra outra fase da Vila, mais quieta e introspectiva. Provavelmente só será interrompida na proximidade do feriadão da semana santa. No Santana’s, ontem à noite, as mesas ocupadas só por gente que mora aqui, além de um solitário trabalhador do Guia Quatro Rodas que estava a percorrer os menus locais – notei que ele fez um pedido acertado (carpaccio de polvo de entrada, a pasta batizada de Limoncello e uma fatia daquela torta de maçã que eu adoro).
Na volta para casa, o caminhar na noite escura e quieta ouvindo o som inesperado do saxofone de Jean-François no Malembá, uma percussão (talvez do Marcelo Bottini, que cada dia toca melhor) e um sopro, seria uma flauta?
Benditos sejam os Jean-Fraçois da vida, que espalham notas de música pela atmosfera quando menos se espera.
Para espantar o banzeiro, o melhor remédio é sair, viajar (a mala já desceu do armário de cima), ir para uma cidade enorme, até a gente se encher de ver gente demais, carro demais, prédios demais, asfalto demais.. e querer voltar correndo para Santo André.
Nenhum comentário:
Postar um comentário