terça-feira, 16 de março de 2010

a rainha da Inglaterra

Na vinda para São Paulo, comprei um livro intitulado "Uma breve história do Século XX", de Geoffrey Blainey, no aeroporto de Porto Seguro. Imaginei que não seria boa leitura porque estava escrito "bestseller internacional" na capa, mas como era só para me distrair durante o vôo, levei. O livro é muito ruinzinho, gente. Logo nas primeiras páginas encontrei um texto
detalhado do enterro de uma rainha inglesa... só que o autor esqueceu de dizer o nome dela...

"Um sinal marcante do prestígio da monarquia foi o funeral da rainha da Inglaterra. Ela morrreu na Ilha de Wight, em um de seus palácios, em uma tarde de terça-feira, 22 de janeiro de 1901. Seu desejo era receber um funeral militar, uma vez que era a chefe das forças armadas e da marinha do império britânico. Seu caixão, coberto com cetim branco, foi transportado no iate real até a base naval de Potsmouth, atravessando todo o trecho de 8 milhas em um corredor formão por embarcações – os couraçados e cruzadores britânicos ancorados de um lado; as canhoeiras, os transatlânticos e os navios de nações estrangeiras amigas de outro. Oito destroyers, pintados de preto para a ocasião, acompanhariam o iate real, e as pessoas a bordo podiam ouvir, ribombando sobre o mar, a banda do navio tocar a Marcha Fúnebre de Chopin.
No dia seguinte, o caixão real, transportado até Londres pelo trem funerário, passou por estações apinhadas de pessoas em luto, enquanto nos campos os trabalhadores rurais podiam ser vistos sob a chuva forte, sem os chapéus, em sinal de respeito. Praticamente todos os que assistiam ao cortejo haviam passado a vida inteira sob o reinado daquela monarca. Na cidade de Londres, a procissão fúnebre avançou lentamente em direção à estação férrea de Paddington, observada silenciosamente por uma imensa multidão. Distinguiam-se, durante o funeral, todos montados em cavalos, o rei de Portugal, que logo seria destronado, o arquiduque Francisco Ferdinando, que seria assassinado às vésperas da Primeira Guerra Mundial e o imperador alemão que perderia o trono ao final dessa guerra."
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Parêntesis1: o autor descreveu o enterro com minúcias, só esqueceu de colocar o nome da rainha... (Victoria)
Parentêsis2: o que a gente não consegue esquecer, lendo a descrição deste fabuloso enterro, é que tão logo o caixão da poderosa rainha baixou ao solo, os vermes foram se incumbindo de transformar seu corpo em pó, igualzinho ao que acontece com qualquer ZéPovinho. Para a morte, tanto faz ser rainha como maria-sem-vergonha... É essa a nossa trágica igualdade, tão óbvia e tão esquecida pelos "poderosos" da hora.
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Em compensação, adquiri o primeiro volume da obra prima de Proust Em busca do tempo perdido. A edição pretende ser o Proust definitivo, traz prefácio, posfácio e notas. Li estes livros (são 7 volumes) quando era muito jovem, tirava da biblioteca da Universidade. Agora que estou começando a reler, percebo que é tudo novo, outra leitura...E é muito mais difícil de ler do que eu recordava.

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