sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Gonçalo Tavares



Tirei todos os livros da estante grande e espalhei no chão; é preciso tirar a poeira, arejar, organizar. Pelo jeito, vai levar meses: leio as orelhas, a capa, as dedicatórias, anotações à margem.

É como ver foto antiga: entra-se na máquina do tempo.

Quando “O Senhor Brecht” apareceu, sentei na cama com ele. Lembrei que havia gostado muito de nosso primeiro encontro. São micro-contos de um autor angolano contemporâneo, Gonçalo M. Tavares, cujo romance “Jerusalém” venceu um dos prêmios mais respeitados em língua portuguesa (o Ler/Millenium). Sua escrita é simples, mesmo tratando de problemas universais complexos.

Levam à reflexão pela via do absurdo.

Seu estilo deveria arejar a cabeça de muitos teóricos que hoje escrevem tratados herméticos para anuviar o prazer de nossas leituras; parecem que não sonham mais e, talvez por isso, tornaram-se uma massa indistinta encastelada dentro de referências carimbadas da Academia.

Mas vamos às parábolas do Gonçalo.

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