sábado, 29 de novembro de 2008

Hoje é dia de Itália



Ontem li “O conto do amor” de Contardo Calligaris, um livro leve e fácil de ler (Companhia das Letras). Seu protagonista é um italiano que mora em New York e decide voltar ao país natal para desvendar o mistério da última conversa que tivera com seu pai antes deste morrer. O velho passara a vida imerso em estudos renascentistas e estava convencido de que vivera também no século XV quando trabalhara como ajudante do pintor Giovanni Bazzi, conhecido por Sodoma.
O pai contou-lhe que na juventude vivera uma experiência estranha no convento do Monte Oliveto Maggiore (o local tem afrescos de Sodoma), na Toscana. “Ao entrar no claustro, tive a sensação imediata, distinta, nítida de que conhecia os afrescos perfeitamente, cada cena, cada figura, cada pincelada".
Achei a obra pobre em recursos literários, embora tenha um ponto de partida interessante. Segue uma tradição narrativa gasta e bastante diluída, cujo marco genial foi “O nome da rosa”, de Umberto Eco; mas para quem está indo passar um mês em Florença pode servir como um guia de arte básico (e sofisticado). Lá estão as menções constantes a Brunelleschi – que está para Florença como Niemeyer para Brasília – à policromia do Duomo, à Sacristia Vecchia, aos palácios (Strozzi, Pitti, Spinelli), à Galeria Uffizi, a Caravaggio. Bom, a lista é imensa, estamos falando de Florença.
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foto do orfanato Spedale degli Innocenti, construído no séc. XV por Brunelleschi. Funcionou até o século XIX; hoje é um museu.

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