Na noite do velório de Dona Inácia a rua ficou tão diferente. Abri o portão de casa para a surpresa de ver tanta gente passar, parente ou morador do povoado. Colocaram cadeiras nos dois lados da rua: o povo sentou e esperou a noite virar dia. Uma fogueira brilhava em frente ao antigo Diagonal, a conversa em surdina, respeitosa da hora. Houve choro, houve dor, mas desespero não carecia: era esperado e a velhinha estava sofrendo. Discretas, as crianças brincavam um pouco afastadas. Há muitos anos não via este tipo de solidariedade: suave e comovente.
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