segunda-feira, 31 de maio de 2010

fazer o quê em Nova York?

Caro viajante:
Se você vai passar um período mais longo em Nova York, não se restrinja à Manhattan nem se deixe levar pelos comentários chauvinistas dos moradores elitizados e yuppies. Atravesse o East River e vá conhecer o Queens, o bairro que saiu da Bíblia para personificar a Babel do século XXI. Imagine a etnia mais exótica - ela vai aparecer por lá. Os tons de pele se misturam numa rica e diversificada paleta, os olhos se arredondam, afinam e se espicham e as roupas estampam estilos variados e coloridos. Chegamos no mercado persa, ou para usar uma expressão local, no melting pot. Os moradores sabem que a Nova York dinâmica e real está aqui e não estão nem aí para os executivos de Manhattan. Inclusive, um número cada vez maior de novaiorquinos tem preferido deixar os estratosféricos aluguéis da ilha central e se mudar para Queens. A foto acima ilustra a revitalização que ocorre no bairro, mas não está claro se os moradores apreciam este tipo de mudança, pois de certa forma, desfigura o que é típico de lá.
É uma experiência urbana vibrante e autêntica. Você se verá rodeado de muita cultura. Vários centros culturais brotaram em fábricas e espaços na margem do rio. Olhem o que diz o TimeOut, um guia turístico respeitado:
"O Queens é um lugar acessível, interessante e até avant-garde para se viver. Os artistas e profissionais liberais recém-chegados são apenas duas camadas demográficas no mil-folhas do Queens, que se intitula a área urbana mais etnicamente diversa do planeta. Mais de um terço de seus 2,3 milhões de moradores é estrangeiro, e mais de cem idiomas são falados aqui. Graças a esta incrível diversidade, o Queens tem um intenso clima de bairro e uma gama internacional de acessíveis lojas e restaurantes. Para começar seu tour pelo Queens, pegue o metrô 7, a linha apelidada de International Express, pela impressionante variedade de bairros étnicos que atravessa."
Aqui a gente toma café da manhã na Colômbia, almoça na Índia ou na Itália e janta no Afeganistão... ou na Grécia. You name it.
Adorei o brunch chinês que degustamos neste restaurante, chamado Jade Asian Restaurant, em Flushing. Chegamos cedo para garantir uma mesa; mais perto da hora do almoço o local fica lotado, faz fila. Não vi ninguém parecido com turista -- aliás, Cláudio, Pedro e eu éramos os únicos sem traços físicos orientais. A Yumi, mulher de Pedro (camiseta verde) é japonesa. A comida, em geral fumegante, passava continuamente pela nossa mesa em cima de carrinhos conduzidos por garçonetes que falavam mandarim (suponho). O método de escolha mais fácil era apontar os pratos que a gente desejava comer -- ninguém sabia mesmo o que continham os bolinhos apetitosos ou os cestinhos de bambu com bocados enrolados em folhas de... de quê mesmo?
Ai, ai, ai, estou ficando com o formato de uma bola, mas não consigo (e nem quero) resistir aos petiscos, adoro experimentar comida diferente.

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